.

.

domingo, 13 de junho de 2010

Janela
Janela
Vejo o mundo e as pessoas através de janelas.
“Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela”.
Atenta observo:
Tudo e todos,
Fatos e feitos,
Os inéditos e obsoletos.
Observo, analiso, filtro, verifico e certifico.
Tudo olho, nada falo.
Da janela, espero a banda passar,
Espero o vento soprar,
E a brisa me afagar.
Da janela, sonho em participar
de festas naquele coreto como fazem
os grandes amigos daquela praça.
Da janela, tento me divertir
seguindo aquele animado cãozinho
que quer atenção e faz certa graça..

Da janela, salivo com aquele doce
que uma criança carrega e saboreia,
babando com tantas guloseimas.
Almejo a rua la de fora.
A vida la de fora.
As pessoas la de fora.
Os cheiros e sabores,
os toques e olhares,
tudo que vem de lá.
Observo este mundo que fora está.
Pela janela.
Só não sei que, la de fora, sou observada.
Pela mesma janela.
Com uma moldura me coloco posicionada ali.
E quem passa la fora,
não sabe o que se passa aqui por dentro.
E este mistério me torna
atraente, envolvente,
analisada e emoldurada.
“Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado”.
Não sabemos o que nos espera
quando observamos por  janelas.
Não pagamos nem cobramos ingressos.
Permita-se experimentar suas janelas.
Não importa se com vidros, grades ou livres.
Abra, quebre ou limpe suas janelas.
Olhe atraves de si e através delas.
Observe e participe do que vês,
do que talvez tu és.
“Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você achou??